Pais - Sugestões
terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
terça-feira, 4 de novembro de 2014
COMO EDUCAR OS FILHOS?
Educar para Crescer convida dois especialistas para
tirar dúvidas de pais
Criar
filhos inteligentes, responsáveis, tolerantes, com boa autoestima...
Educar é um desafio diário para todos os pais, sem exceção. As dúvidas que vêm
com essa responsabilidade foram tema de palestra promovida pelo Educar para
Crescer.
Dois profissionais com mais de 20 anos de experiência na área da Educação
falaram para os funcionários da DGB, holding de logística e distribuição
do Grupo Abril nesta quinta-feira (15), em mais uma edição do projeto Cruzando
Pontes, uma iniciativa do Grupo Abril que convida especialistas para
falar com os funcionários do grupo sobre importantes temas da sociedade.
A importância dos limites
"A palavra-chave para educar os filhos é não." Assim começou a
exposição da psicóloga Rosana Augone, especializada em psicologia infantil e
com mais de 30 anos de experiência na área. Essa palavrinha mágica é muito
importante na formação da criança e, apesar de parecer fácil dizê-la, os pais
penam para manterem-se firmes no "não".
Dar limites de forma coerente é o principal desafio nos sete primeiros anos da
criança- que são também os mais importantes na vida da criança, pois é a fase
construtora, quando as bases da personalidade da criança são estabelecidas.
Muitos pais não querem ser autoritários e essa insegurança de errar ou
traumatizar os filhos atrapalham a construção de uma autoridade saudável e
necessária. "O pai não pode ficar em cima do muro. Dizer ‘não’ e depois
ceder ou dizer ‘sim’ e depois mudar de ideia é muito ruim para os pais, que
perdem autoridade, e para as crianças, que ficam sem referência", explica.
Isso acaba ensinando, sem querer, que se o filho fizer birra ou seduzir os
pais, é possível conseguir tudo o que querem.
O resultado? As crianças não amadurecem e podem permanecer nessa fase de
desenvolvimento, em que são impacientes manipuladoras, intolerantes, inseguras,
egocentradas e cheias de si.
Rosana concluiu dizendo que não existem receitas para educar as crianças, mas é
importante que os pais sejam coerentes na hora de dizer sim e não, sabendo os
limites do que elas podem ou não fazer vão se modificando conforme o tempo.
"Por mais duro que os pais sejam, eles educam com amor. Se vocês não
fizerem isso em casa, as crianças vão aprender os limites fora de casa e da
escola.
Os três pilares para uma educação saudável, elencados pela psicóloga Rosana
Augone:
a)
Aprender a dizer não, para que a criança aprenda limites e outras regras sociais
de convivência
b) Dar autonomia, de maneira que a criança aprenda a fazer suas próprias
escolhas e serem responsáveis pelas consequências delas
c) Não se esquecer de elogiar, pois quando a criança sabe quais são suas
qualidades - e defeitos-, sua autoestima é fortalecida.
Parceria
entre família e escola
Os efeitos da falta de limites e de coerência em casa acabam gerando problemas
mais tarde, na escola. E foi exatamente sobre a relação entre a família e a
escola que falou o pedagogo e cientista social Laércio Carrer, coordenador de
Ensino Fundamental no Colégio Albert Sabin. com mais de 23 anos de experiência
como educador.
A criança que vem de uma educação sem limites chega na escola acostumada ter
seus desejos individuais atendidos, mas o espaço escolar é coletivo. "A
criança perde a "exclusividade" que tinha em casa e precisa aprender
a dividir a atenção com outros colegas e a conviver com o diferente",
disse Carrer.
O conflito, porém, se estende para a relação entre a família e a escola. Para Carrer,
alguns pais têm a expectativa de que o professor seja o segundo pai dos filhos.
"Quando existe essa oposição entre família e escola todos perdem: a
escola, os pais, os educadores e, principalmente, os filhos", concluiu.
Ele alerta que esse processo acaba produzindo uma sociedade pouco saudável. A
escola é o espaço da diferença, que deveria enriquecer a ligação com a
divergência e a diversidade, porém, Carrer explica que hoje as crianças não são
ensinadas a aceitar o diferente. "Aí nasce o preconceito. Isso é um
aspecto sério para a construção de uma sociedade saudável. Vemos o outro não
como próximo, mas como adversário", apontou.
Três dicas para a construção de uma parceria entre família e escola, pelo
pedagogo Laércio Carrer:
a Conhecer a escola, entender seu
projeto pedagógico, para saber se a instituição responde às expectativas da
família.
b) Entender que a escola é aliada na educação do filho e estabelecer o respeito
mútuo
c) Apenas o diálogo pode resolver a confusão sobre qual é o papel da escola e o
papel da família.
Texto
Iana
Chan (site educarparacrescer.abril.com.br)
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